quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Não me deixes

Não me deixes

Não me deixes
É necessário esquecer
Tudo se pode esquecer
Já se esta a apagar…
Esquecer o tempo
O mal entendido
O tempo perdido
A procurar porquê
Esquecer as horas
Que matam por vezes
Com golpes de como
O coração, a felicidade
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes

Não me deixes
Ofertar-te-ei
Pérolas de chuva
Vindas de países
Onde nem sequer chove
Lavarei a terra
Até que eu morra
Para cobrir o teu corpo
De ouro e de luz
Construirei um recanto
Onde o amor é rei
Onde o amor é lei
Onde serás a rainha
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes

Não me deixes
Inventar-te-ei
Palavras insanas
Que compreenderas
Falar-te-ei
Daqueles amantes
Que por duas vezes
Viram os seus corações abraçarem-se
Contar-te-ei a história daquele rei
Que se deixou morrer
Por não ter podido encontrar-te
Não me deixes
Não me deixes Não me deixes
Não me deixes

Não me deixes
Já se viu tantas vezes
Reaparecerem as chamas
De um antigo vulcão
Que julgava-mos demasiado ancião
Parece que as terras queimadas
Dão mais trigo
Que o melhor mês de Abril
E quando chega a noite
Para que o céu possa flamejar,
O vermelho e o negro,
Não são obrigados a se acasalarem?
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes

Não me deixes
Não chorarei mais
Não volto a falar
Esconder-me-ei
Para melhor te ver
Dançar e sorrir
Para te escutar
Cantando e rindo
Deixa que seja
A sombra da tua sombra
A sombra da tua mão
A sombra do teu cão
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes



Jacques Brel
Ne me quitte pas

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