Um belo dia, ou talvez uma noite
Junto a um lago, deixei-me adormecer
Quando subitamente parecendo romper o céu
Vinda de nenhum lado
Surgiu uma águia negra
Docemente, as asas desdobradas
Docemente, vi-a rodopiar
Pertinho de mim, em um murmúrio de asas
Como caída do céu
A ave veio pousar
Tinha os olhos cor de rubi
E as penas da cor da noite
A testa brilhava como mil chamas
A ave, coroada rainha
Trazia um diamante azul
Com o bico, tocou-me a bochecha
Na minha mão pousou o seu pescoço
E foi então que o reconheci
Surgindo do passado
Tinha-me voltado
Diz-me pássaro. Dis-me, levo-te…
Voltemos ao país do passado
Como antes, nos meus sonhos de criança
Para colher tremendo
Estrelas nas estrelas
Como antes, nos meus sonhos de criança
Como antes sobre uma nuvem branca
Como antes de acender o sol
Ser fazedor de chuva
E construir maravilhas
A águia negra, num murmúrio de asas
pos-se a voar para ganhar o céu
Quatro penas da cor da noite
Uma lágrima, ou talvez um rubi
Tinha frio, nada me restava
A ave deixou-me
A sós com a minha dor
A grande BARBARA
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
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