quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A águia negra

Um belo dia, ou talvez uma noite
Junto a um lago, deixei-me adormecer
Quando subitamente parecendo romper o céu
Vinda de nenhum lado
Surgiu uma águia negra

Docemente, as asas desdobradas
Docemente, vi-a rodopiar
Pertinho de mim, em um murmúrio de asas
Como caída do céu
A ave veio pousar

Tinha os olhos cor de rubi
E as penas da cor da noite
A testa brilhava como mil chamas
A ave, coroada rainha
Trazia um diamante azul

Com o bico, tocou-me a bochecha
Na minha mão pousou o seu pescoço
E foi então que o reconheci
Surgindo do passado
Tinha-me voltado

Diz-me pássaro. Dis-me, levo-te…
Voltemos ao país do passado
Como antes, nos meus sonhos de criança
Para colher tremendo
Estrelas nas estrelas

Como antes, nos meus sonhos de criança
Como antes sobre uma nuvem branca
Como antes de acender o sol
Ser fazedor de chuva
E construir maravilhas

A águia negra, num murmúrio de asas
pos-se a voar para ganhar o céu

Quatro penas da cor da noite
Uma lágrima, ou talvez um rubi
Tinha frio, nada me restava
A ave deixou-me
A sós com a minha dor

A grande BARBARA

Sem comentários:

Enviar um comentário

Grato pela participação