Foi em Jullho, que bandos e bandos de gaivotas,
planaram sobre o olhar de tua mãe,
para que ao nascer, herdasses a secreta
violência das marés.
Agora, é sempre em Julho que, dos teus olhos,
se avista o oceano inteiro,
enquanto um navio te cresce, perfeito,
sobre os lábios, soletrando íntimas paragens.
in "Quando as estevas entraram no poema"
quarta-feira, 7 de julho de 2010
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Belo poema sobre o mês de julho o setimo mês do ano.
ResponderEliminarProfundo e maravilhoso!!!!!
Amei.
anónimo sou eu
Que boa escolha,Carlos.Sensibilidade em alta,parabens!
ResponderEliminarTraga mais,desse livro especial de Graça Pires.Não se esqueça.Estarei cá,para o ler.Nina
Aqui fica,com sentimento.
ResponderEliminarTERNURA
Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar
[ extático da aurora.
Vinícius de Moraes
In Poesia completa e prosa