BALADA DA SOCIEDADE DE CONSUMO
Eles cantavam nas margens dos grandes rios.
Havia a sociedade de consumo.
Mas eles perguntavam e o homem? É só o que consomem
é só o homem e o seu sumo?
Onde está o homem? O homem? O homem?
E cantavam nas margens dos grandes rios.
Havia automóveis, frigoríficos, televisão
havia sociedades por acções.
Mas eles perguntavam: e o amor? É só solidão?
É só esta mobília a prestações?
E cantavam nas margens dos grandes rios.
Havia o verbo ser e o verbo ter
havia o não haver e o haver demais.
Mas eles perguntavam: e viver?
É só este não ser para ter mais?
E cantavam nas margens dos grandes rios.
Manuel Alegre
desde o 12 de Maio de 1936
terça-feira, 12 de maio de 2009
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