segunda-feira, 20 de abril de 2009

AMOR VIVO

Amar! mas de um amor que tenha vida...
Não sejam sempre tímidos harpejos,
Não sejam só delírios e desejos
D’uma doída cabeça escandecida...

Amor que viva e brilhe! luz fundida
Que penetre o meu ser – e não só beijos
Dados no ar – delírios e desejos –

Mas amor... dos amores que têm vida...

Sim, vivo e quente! e já a luz do dia
Não virá dissipá-lo nos meus braços
Como névoa da vaga fantasia...

Nem murchará do sol à chama erguida...
Pois que podem os astros dos espaços
Contra uns débeis amores... se têm vida?

Antero de Qental

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